Como em uma colcha de retalhos
costuro em minha memória
toda a poesia
daqueles que passam por mim.
Pedaços de pano
que parecem velhos,
rotos e feios
aos donos podem até
nem servir mais.
Mas na minha colcha de poesia
como ficam lindos!
Cenas, olhares
dúvidas, respostas
confissões desleixadas...
Minha colcha de memórias
é feita de amigos
beleza
e poesia.
***
Oi? Será que tem alguém por aqui?
Eis que estou de volta, em tantos sentidos! No blog, à Pouso Alegre...
Mas quem volta não é a mesma que partiu, nem sei se é para ficar...
Mas a poesia quis sair, e aqui estou, em seu lugar, em sua morada.
Há semanas eu ando meio assim, assim. Sabem? Difícil de explicar. Passei por aqui pensando em poucas (muitas) palavras que pudessem preencher a falta de sentido que minha vida têm sido.
Sem palpite. Talvez seja essa a melhor definição. A roda viva louca que é o mundo girando tresloucada e eu aqui. No quarto, sem vontade de topar com alma viva sequer. Sem vontade de ver o dia se descortinando lá fora.
Sensação de que minha vida pudesse ter sido ledo engano. Música, que loucura toda foi essa?
Eis que hoje as coisas pareciam ter que entrar no eixo. Toquei, a música foi fluindo, tímida e meio aos tropeços. Os vários dias sem prática cobraram seu preço. Mas a música estava ali. Ingrata como ela só, porém ELA - que é parte do meu ser.
Céu e inferno, dor e delícia. Paixão e ódio total. Eis a música. Como aquele ser amado que seduz e nos escapa, nutre o amor e despreza.
Muitas vezes eu paro e me pergunto o real motivo de ter ido tão longe atrás dela. Como disse um querido amigo "a brincadeira foi longe demais". Como, porém, não querer "brincar"?
Eis-me aqui! A música às vezes tão ingrata faz parte de mim. E é por isso que estou aqui. Eu, um ser que anseia do fundo alma viver e ser paixão, tenho no peito um coração que vive ao som da música. Que sofre e sente raiva por saber que ela faz parte de si. Mas se alegra e se apaixona sempre.
Os meus dias agora foram reavivados pelo som da música que escuto agora. O som que eu escolhi pra mim. A alma que eu pintei dentro do meu ser. É música, pura música.
E as palavras surgem ao som da música. As palavras, companheiras que me escapam no momento que mais preciso, estavam o tempo todo aí. Esperando a música para despertá-las. Fazê-las vivas no tempo e no espaço do infinito.
Bem pessoas que ainda passam por aqui! Eis-me de volta! Com minhas Poucas (sempre tantas) Palavras.
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Rio de Janeiro, 1935
in Forma e exegese in Antologia Poética in Poesia completa e prosa: "O sentimento do sublime"
Cá estou, pra abrir as janelas, deixar que a luz entre e novos ares renovem esse espaço. A poesia vem, no entanto, fechar um ciclo, pois cada coisa tem seu tempo e lugar na vida de cada um. Eis que outro ciclo se inicia.
Contudo, é fato que a vida é um eterno retorno do mesmo, não? E de repente aquela lua cheia que nos iluminou certa noite de verão retorna, mais brilhante e mais poderosa...
Entre uma partida e um retorno, a vida segue. Novos encontros, novos amores, e a esperança sempre renovada.
Saudações! E que o ano seja iluminado para você que está lendo isso!
...e a gente espera caprichoso destino seguir seu curso colocando-nos em um rumo: um em cada ponta de uma estrada maldita, enorme...
Eu andei! Ela todinha, e vi dos dois lados uma eu, um você um nós dois!
Tão bonito!... O nós dois mais bonito que eu poderia imaginar pra mim.
Um nós dois que aparece no meu sorriso e no teu olhar buscando algo que eu não sei bem o quê, só sei que procura e sorri e chora ao mesmo tempo ao ver uma eu longe, longe...
Eu andei! Ela todinha. E eu que odiei tanto, tanto, Não pude deixar de sorrir quando senti o outono no estômago me mostrando que ela me levou pra você.
Maldita, maldita, estrada feia e bonita encarnação de um destino que fez de um nós dois só eu e você Um lá, outro cá...
Eu andei, voltei...
E quis fazer um caminho mais bonito Sem eu, sem você Só nós dois.
Estive ontem com vontade de passar por aqui, registrar os parabéns pelo dia da Mulher.
Mas minha homenagem pessoal foi com música. Fiz ontem uma prova para o concurso Jovem Músico BDMG com duas amigas minhas. Nos apresentamos como trio de Flautas Doce.
Três jovens mulheres, jovens musicistas, fizemos música de uma maneira tão linda... Foi muito bom, o nervosismo deu lugar à beleza da música que trouxe confiança e calma.
Acho que foi a bênção dos amigos, o fato da prova ter sido num dia especial para nós... Acabou que passamos!!!!!!!!
=)
Fiquei muito, muito, muito feliz! Agora, nos apresentaremos em uma audição com outros Jovens Músicos! Assim que souber a data venho fazer o convite.
Beijos a todos e às mulheres, a homenagem atrasada, com a "profecia" da Adélia Prado, que me acompanhou na cabeça antes da prova:
"Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou."
Essa semana eu tive um aniversariante querido longe, longe... E meu espírito essa semana toda esteve igualmente voando - longe, looonge... (R.R.)
Essa semana minha cabeça resolveu acompanhar esse ritmo doido pré-feriado, e viajou pra terra querida antes de mim. Quem disse que eu consegui fazer algo direito?
Mas amanhã a ansiedade acaba. E eu vou matar todas as saudades que me mataram desde o fim de janeiro.
Beijos, bom carnaval pra todos! Não deixem o juízo na gaveta, ok crianças??